Fórum renova direção, mas mantém experiência

22-12-2010 16:05
Perfil mantém recorte racial, reforça diálogo com a academia e reincorpora a representação feminina
 
COMUNICAÇÃO/FÓRUM BAIANO LGBT

Na frente, Dandan (Diadorim) e Virgínia (Lilás). Atrás, Luciana (Laleska de Capri), Wesley (Beco das Cores), Gilvan (Cavaleiros de Sangrilah),  Rafael (GHP),  Paulete (Laleska de Capri), Jhuvenal (AG8-SAJ) e Erik (Lasleska de Capri)
Apesar de ressaltada a importância das referências e da experiência do antigo colegiado, as organizações presentes na Assembléia realizada durante o IV Seminário preferiram renovar completamente a direção do Fórum Baiano LGBT. A única entidade mantida será o grupo Cavaleiros de Shangrilah (Castro Alves), mas os representantes serão outros.
 
No interior, além daquele, o colegiado eleito e empossado no sábado será formado também pelo grupo Lilás (Lauro de Freitas), formado apenas por mulheres lésbicas e bissexuais, o que impede que a saída das primeiras representantes as levem a ser substituídas por homens. “Tivemos esse problema com o Grupo Humanus, primeiro, e com a Rede Afro LGBT, logo depois. O colegiado do Fórum passou a ser composto apenas por homens no último ano de gestão”, avaliou Nilton Luz, da Rede Afro, na mesa de avaliação (link). “Importante trazer esse diálogo para dentro do Fórum, para que também impulsione a organização das mulheres, inclusive em organizações não filiadas”, afirmou Virginia Nunes, que deverá ser indicada como titular do Grupo Lilás.
 
Complementa o time do interior o grupo AG8-SAJ, realizador do IV Seminário em Santo Antonio de Jesus, cujo titular deverá ser Jhuvenal Lima. “Queremos reforçar o movimento LGBT do Recôncavo na próxima gestão”, diz ele.
 
“A renovação do colegiado não implica em perda de experiência. As organizações, principalmente de Salvador, vão indicar representantes com acúmulo na militância e na construção do movimento LGBT da Bahia”, avaliar Wesley Francisco, que será indicado para o colegiado pela Beco das Cores. Laleska de Capri e Grupo Homossexual de Periferia (GHP) completam o time da capital. O Laleska representará as demandas das travestis e o GHP, das negras e negros LGBT. “A Rede Afro LGBT saiu, mas pelo menos duas entidades de Salvador vão continuar trazendo o recorte de raça”, diz Paulete Furacão, transexual fundadora do Laleska de Capri.
 
Eleito para a nova gestão do colegiado, o Diadorim – núcleo de estudos da UNEB que é fundador do Fórum Baiano LGBT – será responsável pelo diálogo permanente com a academia e as formas diferenciadas de fazer movimento LGBT. A apresentação da candidatura foi feita pelo coordenadora Sueli Messeder, e a defesa da candidatura pelo estudante Danien Dan-Dan. “O Diadorim abdicou da candidatura do colegiado em favor do Kiu!, em 2008. Agora, o Kiu! saiu e o Diadorim assume seu lugar”, comemorou Ricardo Santana, representante do Kiu! no antigo colegiado.
 
Outros fatores reforçam o papel do Diadorim na nova gestão. A Bahia atraiu o 9º Encontro Nacional Universitário de Diversidade Sexual, a direção nacional e a sede do VI Congresso da Associação Brasileira de Estudos da Homocultura, além das segundas edições dos seminários “Enlaçando Sexualidades” e “Stonewall 40 +”. O Fórum Baiano LGBT pode se tornar referência nas disputas culturais do movimento LGBT.